domingo, 29 de maio de 2011

Catequese - VI Domingo de Páscoa

Evangelho comentado pelo Pe. Carlo Battistoni


Postado por Jorge Kontovski


VI Domingo de Páscoa
Jo 14,15-21


« Se me amais, guardareis os meus mandamentos, e eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber porque não o percebe nem o reconhece. Vós o conheceis, porque ele vive convosco e estará dentro de vós. Não vos deixarei desamparados. Eu virei a vós. Pouco tempo ainda, e o mundo não mais me verá, mas vós me vereis, porque eu vivo e vós vivereis. Naquele dia fareis experiência de que eu estou no meu Pai e vós em mim e eu em vós. Quem faz seus os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele.»

PALAVRA DA SALVAÇÃO – Glória a Vós, Senhor!


Estamos vivendo no eco da Ressurreição, que a liturgia prolonga até à festa de Pentecostes. É o tempo em que refletimos e sentimos a estranha situação de “presença e ausência” do Senhor. Ao longo destes dias que estamos celebrando revivemos os sentimentos dos Apóstolos: Ele ressuscitou, se mostrou vivo, mas ainda não assumiu a sua posição definitiva ao lado do Pai, como Rei do Universo e da história. É um Jesus que está presente ainda com os seus, mas não permite a Madalena de “segurá-lo” nesta condição, porque Ele irá ao Pai. É neste contexto espiritual e psicológico que se tornam sempre mais claras as palavras que Jesus havia deixado como herança aos seus discípulos durante a última ceia e que, aqui, são recordadas pelo Evangelista João. Palavras que preparavam os discípulos a viver a nova condição que hoje nós vivemos: a condição da Igreja profunda e eternamente unida ao seu Senhor, mas não do mesmo modo como qual estava a comunidade primitiva.

Paulo chamará “mistério” a nova condição com a qual Jesus e a sua comunidade permanecem unidos. Evidentemente a palavra não significa “arcano”, “escondido”, “oculto”; a etimologia indica o gesto de fechar os olhos pela intensidade da luz.

Neste trecho que acabamos de ler e que reflete o último diálogo de Jesus com os seus, recebemos do Senhor a mais evidente revelação quanto ao Espírito Santo dando assim cumprimento a toda a revelação de Deus. Se no Antigo Testamento o Espírito era percebido apenas como uma força desconhecida que provinha de Jahvé e que irrompia subitamente no homem para que este realizasse uma missão, aqui a revelação do Espírito de Jahvé alcança o seu auge: não é uma “força”, é uma “pessoa”. Podemos imaginar perfeitamente o espanto gerado e a força de afirmação de tudo isto: dizer que o Espírito é uma pessoa é bem diferente que dizer que é uma “força”, uma “energia” que vem de Deus, ou identificá-Lo com fenômenos estranhos.

O que mais escandalizava não era apenas o fato de que Jesus havia demonstrado a sua origem divina e, logo, de ser Ele Deus, mas aqui, ao apresentar o Espírito como uma pessoa colocava em crise toda a religiosidade dos judeus: afinal, como é possível que exista uma mesma divindade em três pessoas? No entanto as palavras de Jesus não deixavam dúvidas: «eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Defensor ».

sexta-feira, 27 de maio de 2011

SÉRIE - CATEQUESE DO PAPA - Todos nós somos chamados à Santidade



CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 13 de abril de 2011 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral.

**********

Queridos irmãos e irmãs:

Nas audiências gerais dos últimos dois anos, estivemos na companhia de muitos santos e santas: aprendemos a conhecê-los de perto e a entender que toda a história da Igreja está marcada por esses homens e mulheres que, com sua fé, seu amor, sua vida, foram luzes de muitas gerações, e são também para nós. Os santos manifestam de muitas maneiras a presença poderosa e transformadora do Ressuscitado; deixaram que Cristo possuísse tão plenamente suas vidas, que podiam afirmar, como São Paulo, "Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim" (Gl 2,20). Seguir seu exemplo, recorrer à sua intercessão, entrar em comunhão com eles "nos une a Cristo, de quem procedem, como de fonte e cabeça, toda a graça e a própria vida do Povo de Deus" (‘Lumen Gentium', 50). No final deste ciclo de catequeses, eu gostaria de oferecer algumas ideias sobre o que é a santidade.

O que significa ser santo? Quem é chamado a ser santo? As pessoas geralmente pensam que a santidade é uma meta reservada a uns poucos escolhidos. São Paulo, no entanto, fala do grande projeto de Deus e diz: "Nele (Cristo), Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e íntegros diante dele, no amor" (Ef 1,4). E fala de todos nós. 

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Beatificação de Irmã Dulce





HOMILIA DA BEATIFICAÇÃO DE IRMÃ DULCE

Por cardeal Geraldo Majella Agnelo

SALVADOR, segunda-feira, 23 de maio de 2011 (ZENIT.org) - Apresentamos a seguir a homilia do cardeal Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito de Salvador, na beatificação de Irmã Dulce, realizada nesse domingo, 22 de maio em Salvador.


"Meus irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo!

Bem-aventurada és tu, irmã Dulce, porque acreditaste na palavra do Senhor, e te tornaste santa no amor sem limites a Deus, provado no amor aos semelhantes mais humildes e necessitados. Por isso, tu és chamada Bem-aventurada Dulce dos pobres!

É um momento de muita emoção para nossa Arquidiocese de São Salvador da Bahia viver o acontecimento da Beatificação da Irmã Dulce.

Agradecemos de coração comovido ao Santo Padre o Papa Bento XVI ter elevado às honras dos altares alguém que aqui viveu, amou a nossa gente, especialmente os mais sofridos, aos quais deu a maior prova de amor, entregando toda a sua vida por eles.

terça-feira, 24 de maio de 2011

SÉRIE - MITOS LITÚRGICOS COMENTADOS - Mito 16: Vasos Sagrados de qualquer material?

Mito 16. "O cálice e o cibório podem ser de qualquer material"

Não podem.


A Santa Igreja zela pelo material do cálice, cibórios e outros vasos sagrados utilizados nas celebrações. Por exemplo: é expressamente proibido o uso de vasos sagrados de vidro, barro, argila, cristal ou outro material que quebre com facilidade.

Especifica a Instrução Redemptionis Sacramentum (n. 117):

"Os vasos sagrados, que estão destinados a receber o Corpo e o Sangue do Senhor, devem-se ser fabricados, estritamente, conforme as normas da tradição e dos livros litúrgicos. As Conferências de Bispos tenham capacidade de decidir, com a aprovação da Sé apostólica, se é oportuno que os vasos sagrados também sejam elaborados com outros materiais sólidos. Sem dúvida, requer-se estritamente que este material, de acordo com a comum valorização de cada região, seja verdadeiramente nobre, de maneira que, com seu uso, tribute-se honra ao Senhor e se evite absolutamente o perigo de enfraquecer, aos olhos dos fiéis, a doutrina da presença real de Cristo nas espécies eucarísticas. Portanto, reprove-se qualquer uso, para a celebração da Missa, de vasos comuns ou de escasso valor, no que se refere à qualidade, ou carentes de todo valor artístico, ou simples recipientes, ou outros vasos de cristal, argila, porcelana e outros materiais que se quebram facilmente. Isto vale também para os metais e outros materiais, que se corroem (oxidam) facilmente."

O saudoso Papa João Paulo II insiste na utilização dos melhores recursos possíveis nos objetos litúrgicos, como honra prestada ao Corpo e ao Sacrifício de Nosso Senhor. Disse João Paulo II (Ecclesia de Eucharistia, n. 47-48):

"Quando alguém lê o relato da instituição da Eucaristia nos Evangelhos Sinópticos, fica admirado ao ver a simplicidade e simultaneamente a dignidade com que Jesus, na noite da Última Ceia, institui este grande sacramento. Há um episódio que, de certo modo, lhe serve de prelúdio: é a unção de Betânia. Uma mulher, que João identifica como sendo Maria, irmã de Lázaro, derrama sobre a cabeça de Jesus um vaso de perfume precioso, suscitando nos discípulos – particularmente em Judas (Mt 26, 8; Mc 14, 4; Jo 12, 4) – uma reacção de protesto contra tal gesto que, em face das necessidades dos pobres, constituía um « desperdício » intolerável. Mas Jesus faz uma avaliação muito diferente: sem nada tirar ao dever da caridade para com os necessitados, aos quais sempre se hão-de dedicar os discípulos – « Pobres, sempre os tereis convosco » (Jo 12, 8; cf. Mt 26, 11; Mc 14, 7) –, Ele pensa no momento já próximo da sua morte e sepultura, considerando a unção que Lhe foi feita como uma antecipação daquelas honras de que continuará a ser digno o seu corpo mesmo depois da morte, porque indissoluvelmente ligado ao mistério da sua pessoa. (...) Tal como a mulher da unção de Betânia, a Igreja não temeu « desperdiçar », investindo o melhor dos seus recursos para exprimir o seu enlevo e adoração diante do dom incomensurável da Eucaristia. À semelhança dos primeiros discípulos encarregados de preparar a « grande sala », ela sentiu-se impelida, ao longo dos séculos e no alternar-se das culturas, a celebrar a Eucaristia num ambiente digno de tão grande mistério. Foi sob o impulso das palavras e gestos de Jesus, desenvolvendo a herança ritual do judaísmo, que nasceu a liturgia cristã. Porventura haverá algo que seja capaz de exprimir de forma devida o acolhimento do dom que o Esposo divino continuamente faz de Si mesmo à Igreja-Esposa, colocando ao alcance das sucessivas gerações de crentes o sacrifício que ofereceu uma vez por todas na cruz e tornando-Se alimento para todos os fiéis? Se a ideia do « banquete » inspira familiaridade, a Igreja nunca cedeu à tentação de banalizar esta « intimidade » com o seu Esposo, recordando-se que Ele é também o seu Senhor e que, embora « banquete », permanece sempre um banquete sacrificial, assinalado com o sangue derramado no Gólgota. O Banquete eucarístico é verdadeiramente banquete « sagrado », onde, na simplicidade dos sinais, se esconde o abismo da santidade de Deus: O Sacrum convivium, in quo Christus sumitur! - « Ó Sagrado Banquete, em que se recebe Cristo! »"

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Catequese - V Domingo da Páscoa


Evangelho comentado pelo Pe. Carlo Battistoni
Postado por Jorge Kontovski 


V Domingo da Páscoa
Jo 14,1-12


« Não se perturbe o vosso coração! Crede em Deus, e crede em mim. Há muitos lugares na casa de meu Pai. Se não fosse assim, eu vos teria dito, porque vou preparar um lugar para vós. E depois que eu me for e vos tiver preparado o lugar, virei outra vez e vos levarei comigo. Assim, onde eu estou, vós estareis também. Sabeis o caminho do lugar aonde vou”. Tomé lhe disse: “Senhor, não sabemos para onde vais. Como poderíamos, então, conhecer o caminho?”. Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim; se conhecêsseis a mim, conheceríeis também a meu Pai. Desde já o conheceis e o tendes visto”. Filipe disse: “Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta!”. Jesus respondeu: “Filipe, há tanto tempo que convivo convosco e ainda não me conheces? Quem me vê, vê também o Pai. Como podes dizer: ‘Mostra-nos o Pai’? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não vêm de mim. Quem realiza estas obras é o Pai, que permanece em mim. Crede-me: eu estou no Pai e o Pai em mim. Crede ao menos em razão das obras. Em verdade vos digo: quem crê em mim fará as obras que eu faço. E fará até maiores, porque vou ao Pai. »


PALAVRA DA SALVAÇÃO - Glória a Vós, Senhor!

O Evangelho se abre com admiráveis palavras que aplaca o coração que se agita diante do turbilhão das inseguranças que, muitas vezes, induzem as pessoas a ter gestos e atitudes insanas. «Não se perturbe o vosso coração!» diz Jesus aos discípulos que estão prestes a entrar na maior crise de suas vidas; «Não se perturbe o vosso coração!» nos diz ainda hoje Jesus, quando tudo em nós parece estar perdendo sentido. Um coração perturbado não enxerga nada mais que os seus medos, não enxerga o amor dos outros, a atenção dos outros às nossas penas; não enxerga que o mundo continua percorrendo o seu caminho com a calma de sempre. O coração perturbado cai facilmente na tentação do medo e se fecha em si mesmo, morrendo aos poucos.


Em harmonia com as leituras que a Liturgia nos propôs nesses domingos da Páscoa, hoje o Evangelista nos leva a refletir sobre um dos maiores mistérios da vida cristã diante do qual somente nos cabe ficar admirados e extasiados. Trata-se da nova condição que a Páscoa gerou, e que não se limita penas ao fato da Ressurreição de Jesus, mas envolve a humanidade inteira. Com certeza, o conteúdo deste trecho do Evangelho é complexo e cheio de inúmeras implicações, por isso está longe de nós o desejo de fazer uma análise: iremos apenas refletir sobre o “sentido” daquilo que Jesus quis deixar como herança, a fim de que possamos penetrar mais ainda na beleza da nossa Páscoa.

domingo, 22 de maio de 2011

Como o protestantismo pode ser um retorno às origens da fé?


Introdução

Segundo ensinam os protestantes, a Reforma Protestante foi um movimento de retorno ao Cristianismo primitivo, este que fora totalmente esquecido pela Igreja Católica. Acusam a Igreja de alterar de adulterar o cristianismo professado nos primeiros séculos.

Um estudo sincero dos testemunhos de fé deixados pelos primeiros cristãos prova exatamente o contrário.

O retorno à fé verdadeira que os protestantes dizem confessar, é na verdade uma grande ilusão, uma grande mentira.

Na prática, o cristianismo primitivo deles é o entendimento que conseguem retirar da Bíblia, isto é, eles plasmam um cristianismo primitivo a partir da leitura que fazem da Bíblia.

Os luteranos e anglicanos, por exemplo, lendo a Bíblia entendem que o batismo deve ser ministrado também às crianças. Assim, eles crêem que desde o início do cristianismo, as crianças eram batizadas.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Quanto à observação do Domingo pela Igreja Católica.


John Lennon J. da Silva


A santificação do domingo foi sendo tomada pela Igreja cristã de maneira obrigatória ao decorrer dos séc. II ao séc. IV a própria [ecclesia] prescreverá canonicamente o costume oriundo dos cristãos primitivos, em referencia a Ressurreição de Cristo, como lei. 

Os primeiros sínodos também chamados de concílios regionais, o primeiro a tratar e aludir o assunto foi o Concílio de Elvira, por volta do ano 300, que estabeleceu consequências e normas penais para os fiéis, que depois de três ausências à Igreja em dia de domingo receberiam. Seguiram-se outros decretos de concílios particulares. 

Em 325 no I Concílio Ecumênico de Niceia, a Igreja declara, 

“Nos dias do Senhor e de Pentecostes, todos devem rezar de pé e não ajoelhados”. 

“Doravante, com o intento de que todas as coisas sejam uniformemente observadas em todo lugar (em cada paróquia), como há pessoas que se ajoelham no Dia do Senhor e nos dias de Pentecostes, pareceu correto a este santo Sínodo que as preces sejam feitas a Deus, ficando todos de pé.” (Cânones do Concílio de Niceia I, Cânon XX.). 

Cristo: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem está no meio de nós


Ana Maria Bueno Cunha 

Esta é uma fundamental verdade da fé, e por ela sabemos que a natureza humana e a natureza divina de Nosso Senhor Jesus Cristo nem se confundem, nem se separam. Formam, unidas a tal ponto, uma única Pessoa, a saber: a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. 

Foi no IV Concílio Ecumênico, conhecido como Concílio de Calcedônia (convocado no ano 451), que a Igreja formalizou dogmaticamente esta verdade. Eis como os Padres Conciliares definiram as duas naturezas em Cristo (Sessão VI – 22/10/451): 

”Seguindo, pois, os Santos Padres, unanimemente ensinamos que se deve confessar: "Um só e mesmo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito na Sua divindade e perfeito na Sua humanidade, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, [composto] de alma racional e de corpo; consubstancial ao Pai quanto à divindade, consubstancial a nós quanto à humanidade, “em tudo semelhante a nós, menos no pecado” (Heb 4,15); gerado do Pai antes dos séculos, segundo a divindade; e, nos últimos tempos, por nós e para a nossa salvação, [gerado] de Maria Virgem, Mãe de Deus, segundo a humanidade; que se deve reconhecer um só e mesmo Cristo Senhor, Filho Unigênito, em duas naturezas, sem confusão, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis, de nenhum modo suprimida a diferença das naturezas por causa de sua união, mas salvaguardada a propriedade de cada natureza e confluindo numa só Pessoa e hipostase, não separado ou dividido em duas pessoas, mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus-Verbo, Senhor Jesus Cristo, como outrora nos ensinaram sobre Ele os profetas e depois o próprio Jesus Cristo, e como nos transmitiu o símbolo dos Padres" 

A encarnação de Jesus Cristo realiza-se na plenitude dos tempos, e com ela vivemos e antecipamos desde já aquilo que será a realidade final na ressurreição dos mortos.

domingo, 15 de maio de 2011

O Batismo de Crianças e o Batismo de Adultos


Muitos protestantes costumam argumentar que o Batismo de Crianças não aparece na Bíblia. Como conclusão, defendem que só os adultos podem ser batizados.

Primeiramente, nem tudo está na Bíblia, como afirma S. João: "Há ainda muitas coisas feitas por Jesus, as quais, se se escrevessem uma por uma, creio que este mundo não poderia conter os livros que se deveriam escrever" (Jo 21,25).

Ou seja, o fato de não estar na Bíblia não prova que não se deva batizar crianças.

A pergunta deveria ser inversa: Onde estão as provas bíblicas para a afirmação de que apenas os adultos devem ser batizados?

sábado, 14 de maio de 2011

Os Sete Sacramentos



O que é um Sacramento?

Procuremos, em primeiro lugar, compreender bem o que é um sacramento, donde vem e para que serve. Esta simples noção fará cair já a maior parte das objeções, como, perante a exposição clara da verdade, dissipam-se todos os erros.

O catecismo diz que "sacramento é um sinal sensível, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, para produzir a graça em nossas almas e santificá-las."

Desta definição resulta que três coisas são exigidas para constituir um sacramento:

a) "Um sinal sensível", representativo da natureza da graça produzida. Deve ser "sensível" porque se não pudéssemos percebê-lo, deixaria de ser um sinal. Este sinal sensível consta sempre de "matéria" e de "forma", isto é, da matéria empregada e das palavras pronunciadas pelo ministro do sacramento.

b) Deve ser "instituído por Jesus Cristo", porque só Deus pode ligar um sinal visível a faculdade de produzir a graça. Nosso Senhor, durante a sua vida mortal, instituiu pessoalmente os sete sacramentos, deixando apenas à Igreja o cuidado de estabelecer ritos secundários, realçá-los com cerimônias, sem tocar-lhe na substância.

c) "Para produzir a graça". Isto é, distribuir-nos os efeitos e méritos da redenção que Jesus Cristo mereceu por nós, na cruz... Os sacramentos comunicam esta graça, "por virtude própria", independente das disposições daquele que os administra ou recebe. Esta qualidade, chamada pela teologia "ex opere operato", distingue os sacramentos da "oração", das "boas obras" e dos "sacramentais", que tiram a sua eficácia "ex opere operantis" das disposições do sujeito.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A Virgindade Perpétua de Maria





O que ensina a nossa Fé a esse respeito? O Catecismo da Igreja Católica, no nº 501, diz textualmente: “Jesus é o único filho de Maria.” Desta forma, estando bem sintetizado no Catecismo, Jesus não teve irmãos e irmãs de sangue, e isso testemunha claramente o Dogma da Perpétua Virgindade de Maria.

Esta verdade de fé vem sendo contestada pelos protestantes que, lendo superficialmente o Evangelho, lá encontram referências a “irmãos” de Jesus. De fato, os evangelistas realmente nos falam a respeito dos supostos irmãos. Vejamos o que São Mateus diz:

“Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? Não vivem entre nós todas as suas irmãs?” (Mt 13,55-56).

O Evangelho de Mateus, como lemos, não só fala de irmãos, como também nos revelam seus nomes: Tiago, José, Simão e Judas.

Vejamos agora a versão de São Marcos: “Não é este o filho do carpinteiro? Filho de Maria e irmão de Tiago, José, Judas e Simão?” (Mc 6,3). Assim vemos que também Marcos nomeia os ditos irmãos de Jesus.

Também no Evangelho de São Lucas se fala deles: “Vieram ter com ele sua mãe e seus irmãos, e não podiam aproximar-se por causa da concorrência de povo” (Lc 8,19).

Finalmente, o 4º Evangelho, o de São João, nos relata: “Depois disto desceu ele para Cafarnaum , com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos.” (Jo 2,12).


domingo, 8 de maio de 2011

Catequese - III Domingo da Páscoa


Evangelho comentado pelo Pe. Carlo Battistoni


III Domingo da Páscoa
(Lc 24,13-35)

«   Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado, chamado Emaús, distante sessenta estádios de Jerusalém. Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram. Então Jesus perguntou: "O que ides conversando pelo caminho?" Eles pararam, com o rosto triste, e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: "Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?". Ele perguntou: "O que foi?" Os discípulos responderam: "O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu". Então Jesus lhes disse: "Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?". E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele. Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: "Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!" Jesus entrou para ficar com eles. Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. Então um disse ao outro: "Não estava ardendo o nosso coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?". Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. E estes confirmaram: "Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!". Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.   »

PALAVRA DA SALVAÇÃO - Glória a Vós, Senhor!


Poucos trechos narrativos do Evangelho de Lucas são tão carregados de significado para a comunidade de fé como o que acabamos de ler. Sem dúvida, a intenção supera de muito o fato de expor um acontecido com o intuito de fortalecer a certeza de que Jesus havia ressuscitado. Não se trata de uma narração comprobatória, visto que casos semelhantes são simplesmente mencionados de passagem em outros contextos do Novo Testamento. O evangelista Marcos, por exemplo, mais sensível à dimensão existencial e pessoal do encontro com Cristo, resume o episódio de Emaús com estas breves palavras: « Depois disto, Jesus manifestou-se em outra forma a dois deles que estavam de caminho para o campo. E, indo, eles o anunciaram aos demais, mas também a estes dois eles não deram crédito. » (Mc 16.12-13). Lucas descobriu nesse evento algo que supera o próprio fato e que se projeta no mistério da Páscoa, que ultrapassa o episódio em si. Precisaremos procurar alhures, então, o significado mais profundo dessa narrativa.

sábado, 7 de maio de 2011

SÉRIE - MITOS LITÚRGICOS COMENTADOS - Mito 15: Ministros Extraordinários da Comunhão?

Mito 15: "O Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão existe para promover a participação dos leigos." 

Não existe para isso, pois ordinariamente a função do leigo não é distribuir o Corpo de Deus.




Isso afirma expressamente a Instrução Redemptionis Sacramentum (n. 151):

"Somente em caso de verdadeira necessidade se deverá recorrer à ajuda dos ministros extraordinários na celebração da liturgia. De fato, isto não está previsto para assegurar a participação mais plena dos leigos, mas é por sua natureza supletivo e provisório."

O ministro ordinário da Comunhão Eucarística, pela unção do Sacramento da Ordem, é o sacerdote e o diácono (Cânon 910). Por isso, ordinariamente somente eles podem ministrar a Corpo de Nosso Senhor.

   
Havendo real necessidade, o ministro extraordinário pode distribuir a Comunhão Eucarística. Os ministros extraordinários são prioritariamente os acólitos instituídos (cânon 910). Não havendo acólitos instituídos disponíveis para isso, outros fiéis (religiosos ou leigos) podem atuar ministrando a Comunhão Eucarística, como aponta a Instrução Redemptionis Sacramentum (n. 155) Tais situações são, de fato, extraordinárias, como o próprio nome do ministério já o indica.
 

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Beatificação de João Paulo II


Homilia de Bento XVI na Missa de Beatificação de João Paulo II. 

Roma, 01 de maio de 2011.


Átrio da Basílica Vaticana 
Domingo, 1° de Maio de 2011



"Amados irmãos e irmãs,

Passaram já seis anos desde o dia em que nos encontrávamos nesta Praça para celebrar o funeral do Papa João Paulo II. Então, se a tristeza pela sua perda era profunda, maior ainda se revelava a sensação de que uma graça imensa envolvia Roma e o mundo inteiro: graça esta, que era como que o fruto da vida inteira do meu amado Predecessor, especialmente do seu testemunho no sofrimento. 


Já naquele dia sentíamos pairar o perfume da sua santidade, tendo o Povo de Deus manifestado de muitas maneiras a sua veneração por ele. Por isso, quis que a sua Causa de Beatificação pudesse, no devido respeito pelas normas da Igreja, prosseguir com discreta celeridade. E o dia esperado chegou! Chegou depressa, porque assim aprouve ao Senhor: João Paulo II é Beato!

Catequese - II Domingo de Páscoa



Evangelho comentado pelo Pe. Carlo Battistoni
 II Domingo de Páscoa 
Jo 20,19-31

« Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro depois do sábado, os discípulos estavam reunidos com portas fechadas, por medo dos judeus. Então Jesus entrou, ficou no meio deles, e disse: “A paz esteja convosco!”. Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Quando os discípulos viram o Senhor, ficaram cheios de alegria. Então Jesus lhes disse de novo: “A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio”. Depois destas palavras, soprou sobre eles e lhes disse: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados; aqueles a quem retiverdes, serão retidos”. Tomé um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando Jesus veio. Os outros discípulos lhe disseram: “Vimos o Senhor!” Mas ele respondeu: “Se não vir nas suas mãos as feridas dos pregos, se não puser nelas meu dedo e não colocar minha mão no seu lado, não acreditarei!”. Oito dias depois, os discípulos se achavam de novo na casa, e Tomé com eles. Jesus entrou, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e os cumprimentou: “A paz esteja convosco!”. Depois, disse a Tomé: “Coloca aqui teu dedo e olha minhas mãos; levanta tua mão, mete-a no meu lado e crê, e não sejas mais incrédulo!”. Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!”. Jesus lhe disse: “Porque me viste, Tomé, acreditaste. Bem-aventurados os que acreditam sem ter visto!”. Jesus fez ainda, na presença dos discípulos, muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e, acreditando, tenhais vida no seu nome ».

PALAVRA DA SALVAÇÃO - Glória a Vós, Senhor!





Celebrado o grande evento da Páscoa do Senhor, ao longo destes próximos domingos a liturgia nos propõe a reflexão sobre a extensão do significado da Páscoa para o homem. O que vivemos durante a Semana Santa e o maravilhoso desfecho da Ressurreição, são a síntese celebrativa de algo bem maior do que apenas a lembrança do fato que um homem, Jesus, foi morto e voltou a viver. A Páscoa é mais do que isso. A partir daquele dia uma nova situação foi instaurada, algo que imprime uma fisionomia diferente à inteira história da humanidade. Conhecemos o estilo com o qual Deus age: as coisas mais importantes que Ele faz não as realiza de modo ostensivo, assim como ninguém escuta o crescer de uma planta ou as grandes transformações que acontecem dentro do nosso coração. As realidades mais profundas da fé nunca nos são oferecidas numa bandeja de prata, mas sim de tal forma que impliquem na nossa participação. A fé não é resultado de um fato prodigioso e esmagador, é uma oferta de relacionamento livre e consciente no qual Deus busca o homem e o homem busca a Deus. De fato, nós nos envolvemos com as coisas em proporção ao amor que temos para com estas, ora, as coisas de Deus somente podem ser compreendidas ao longo de um caminho sustentado por um profundo amor que envolve e compromete.

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